Toras (EP)
Composto e gravado entre Fevereiro e Abril de 2021. Gravado, mixado e (mal) masterizado em home studio por Alexandre Paloschi.
Formação
- Alexandre Paloschi – Vocais, guitarras e programação de bateria;
- Henrique Paloschi – Baixo.
Músicas
- Toras
- Porcos de Fome
Letras
Toras
Cobaias, gente como eu e você
Cobaias, ciência sem ninguém pra ver
Cobaias, crueldade intolerável de crer
Infecções, mutilações, assassinatos, ferimentos
Consciências lavadas com o sangue de toras
“Ciência”, sem limites pelo saber
“Ciência”, guerra é somente um porquê
Ciência, onde parar, sem se perder
Publicações, experimentos, investimentos, eufemismos
Consciências remidas pelo sangue de toras
Carrascos premiados com cargos
Em altos postos de comando
Saúde nas mãos de psicopatas
Inteligência de morte em mãos usuais
Pesquisas testadas em vilas
E cidades, pulgas jogadas de aviões
Prisioneiros amarrados em estacas
Alvos de granadas, chamas e lâminas
Escolas, cúmplices da carnificina
Escolas, escória da medicina
Escolas, geridas por crápulas imunes
Promoções, tribulações, imunidade, juramentos
Consciências compradas com o sangue de toras
Interesses escusos de natureza
Estratégica, premiam os autores
De experiências dantescas
Equilíbrio instável de forças
Luta por segredos inomináveis
Testemunhos sem força de prova
Indenizações negadas com base em tratados de paz
Referências difusas em livros escolares
Porcos de Fome
Elas vieram a mim
Em busca de ajuda
Mandei-as embora dali
Nem um minuto a perder
Duas crianças
Uma catorze, outra dezesseis
O destacamento varria a vila
Dezenas de soldados, animais
Pilhavam os aldeões, impunes
Fartavam-se de sexo à força
Elas se esconderam
Dentro do campanário
De nada adiantou
Não foi suficiente
Duas crianças
Uma catorze, outra dezesseis
Um cascalho as entregou
O capitão organizou
Duas filas de soldados
Uma para cada anjo
Foram despidas
Estupradas, violadas
Por cada um dos soldados
Numa sanha sem fim
Duas crianças
Uma catorze, outra dezesseis
Ambas desfaleceram
Os monstros já satisfeitos
O capitão ordenou com desdém
Um tiro na boca de cada
Os corpos foram jogados num chiqueiro
Meia hora depois fui ao local
Delas restavam os ossos e os crucifixos
Quanta fome a desses porcos